Estranho modo de ser este que nos aglutina os sentidos e nos destina a existências que não conhecemos e, ainda assim, nos preenchem e nos entregam àquilo que sempre suspeitamos não ter perdido. Que vidas separadas são estas que tanto se tocam e se imiscuem nos seus mais recônditos jardins proibidos? Como se de nada se acurasse, cuida-se o sentimento, apartado pela distância euclidiana e, contudo, alcançável ao toque da mão que se estica procurando amparo e equilíbrio. Não poucas vezes me questiono sobre a sanidade deste querer, deste sentir. Sei que sou eu que assim me sinto, ainda assim, são eles que conseguem orvalhar a aridez da minha alma com a sua sabedoria e grandeza de espírito. A dor da solidão minorou-se quando me viram sem me olhar e pespegou-se-me a sede insaciável de lhes penetrar na vida que não tenho e que é deles mas que me doam como se doa um sorriso a uma criança. Sei que vos tenho enquanto me quiserem. Sei que sou vossa enquanto mo permitirem. Estarei convosco para onde fôr e ver-vos-ei na beira das estradas que palmilhar. Limparei as lágrimas que se soltarem sabendo que é vossa a dor que me acanha o peito mas levantarei os olhos sem demora porque sei que vos terei quando acordar.
26 comentários:
Caramba!!! Vais ter de me gramar por mtos e bons posts...
but, If you're going to San Francisco Be sure to wear some flowers in your hair...
Hehehe! I have been wearing flowers all over and for all my life.
Fizeste-me lembrar das sing song girls, pá! - Retrato a Sépia!
É uma obra de arte sob a forma de um multiplo, numa série reduzida de 2, assinados pela artista. Valor incalculável.
Brilhante!
E ainda nao verificamos, mas logo k haja posibilidade, vais verificar ke ao vivo e ao natural a cena se passa igual.
É incrivel, mas é a realidade. Por isso acho k todos hoje antes de kk relaçao deviam escrever mts cartas e trocar recadinhos.Beijos
Atenção, privada, ao vivo e natural pode apanhar-se valentes sustos...
Saphou, és (podemos passar para este tratamento?) a minha musa inspiradora! Concordo incondicionalmente com o Privada. Devemos, sim, dizer-nos todos os recadinhos, hoje, porque amanhã pode ser tarde. Mofina, eu diria boas surpresas. Pára de materializar a coisa, por favor!
Não há palavras! Bem Aventurada aquela que assim escreve! Ainda bem que existem estas intra ou entrecomunicações. Como teríamos nós conhecimento de tamanha arte e de tão nobre pessoa? Boas Férias Blimunda. A minha modesta pessoa tb se vai retitar uns dias do PC. Continuem! Aprende-se e diverte-se convosco.
Ora, minha Minnie!!! Nobre e GRANDE és tu e de tão faraónica ser a tua grandeza, por vezes escapa-se-me por entre os demasiados e frívolos ais.
Boas Férias para nós!!!
Minie, a nossa Blimunda até faz arrepiar as minhas pedras, mas não digo nada porque senão... Um beijinho e boas férias para si.
Não me vão deixar sozinha neste rio tão descampado, pois não?
Buááááá...
Mofina junta-te ao Privada e à Saphou, ela já te chamou uma carrada de vezes e não compareces.
Onde, onde? Não vi...
E as minhas ovelhas que atacariam logo as flores da casa de banho da Saphou?
Para aí não sei, mas acho que se não o fez foi por não teres manifestado interesse. As inscrições estavam abertas. Chamaou-te foi à caixa comentadora.
Foi? Não ouvi o altifalante... sabes o nº da caixa?
O número não sei mas deve ser a prioritária, hehehe!!!
Encontrei.
saphou disse...
Oh Mofina, anda cá ver isto!
31 de Julho de 2009 13:14
DD, Tê, e Jg (que coisamailinda), vou ali e volto já. Beijos
Privada, o bacoco disse...
Mas nao compares kk edçao com a minha voz em loco
31 de Julho de 2009 13:14
VAI EMBORA OU FECHE-TE A PORTA!
Ehehehe!!! Já berrammmm. Beijinhossssssssssssss.
Fuiiiiiiiiiiiiiii
Já Pombal e os pastorinhos se vislumbravam quando, subitamente, me lembrei que tinha que voltar, forçosamente, para trás. Esqueci-me de dizer até já a uma pessoa tão importante quanto as outras a quem o disse.
Mac, até já. Um abraço.
Blimunda, fiquei tão... Encabulada e contente!
Obrigada, minha amiga, goze as férias com alegria, que cá estaremos à espera, bem saudosos, quando voltar!
No outro dia quando li este teu post (um tanto à pressa como é costume) fiquei a pensar em todas as pessoas que conheci ao longo destes mais de três anos nos blogs, e do punhado que ficou (um punhado bem pequeno por acaso) e que valeu a pena. E com quem já quase não troco mensagens, embora tenham ficado por aí em facebooks, orkuts, etc. Como me disse uma destas pessoas, chega a um ponto em que já só nos apetecem pessoas reais. Mas mesmo em silêncio ou quase, ficaram.
Ontem estive a ver uma história, uma ópera (influência de uma destas pessoas, ah, pois) que conta a história de dois amantes que apenas se reconhecem na noite, ao abrigo da luz ofuscante do dia, dos enganos das aparências, e das ilusões, e quando a proximidade da morte relativiza todas estas ilusões. Como se os verdadeiros sentimentos só se conseguissem ver quando nos apartamos dos enganos da luz do dia, no silêncio e na solidão da noite. Claro que esta é a história de dois amantes, mas podemos pensar que, embora de forma menos intensa, todas as histórias de pessoas que realmente se encontram nesse silêncio são histórias de amor. Quando se encontram ao abrigo da luz de todo o barulho de ilusões e de aparências que nos enchem as vidas.
Como alguém por aí disse, os blogs são como encontros à mesa de um café, e eu, contrariamente à imagem que possa ter dado por aí abaixo, tenho bem pouca fé na raça humana, ou na maioria das pessoas, ou melhor, naquilo que as pessoas mostram de si a maior parte do tempo. E os blogs são como todas as formas de encontros, e depois de muitos por onde passei não tenho grandes dúvidas que numa grande parte há as mesmas formas de superficialidade, de ostentação, hipocrisia e de falsidade que se encontram por todo o lado na vida real. Afinal as pessoas são pessoas, não é...
Mas tenho também que reconhecer que por vezes os blogs nos permitem aquela forma de silêncio, aquele escuro da noite que mostra as pessoas como são genuinamente. Talvez o facto de terem o rosto escondido atrás de um ecrã, e da voz e dos gestos não traírem a fraqueza que atribuímos a certos sentimentos, ou expressões quando usadas directamente, olhos nos olhos. E de estarmos desligados, pelo menos a maior parte das vezes, de qualquer forma de interesse, o que é uma das vantagens do anonimato. E isso permite que por vezes as pessoas se toquem e se encontrem como não o fazem na vida real. E isso é precioso quando é genuíno porque o melhor que as pessoas têm não é o brilhantismo, nem a inteligência, nem a cultura, e muito menos o status ou a posição social, mas sim a sinceridade e a generosidade (bem, isto é o meu ponto de vista, claro)
Por razões que não interessam para aqui, tenho andado com pouco tempo, paciência e disponibilidade para andar pelos blogs, no entanto sempre acabo por espreitar este (pois, e também sou autora, é verdade!) e os das pessoas que circulam por aqui, além dos velhos resistentes da minha era (umf, esta soa um bocado mal...) E talvez a razão porque não me desliguei totalmente dos blogs seja mesmo essa, estas pingas de preciosa sinceridade que se vão encontrando por aqui.
E vocês vão-me desculpar a minha visão forreta e pessimista dos blogs, mas prontos, isto sou eu que sou um bicho do mato, uma formiga no meio de uma multidão de formigas, quem sabe ainda vou mudar de ideias convosco ;)
Pronto já cá estava a faltar um comentário quilométrico, agora vou ver se também consigo finalmente tirar uns dias de férias.
Boas férias se ainda for a tempo, se for o caso, etc!
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