terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

CRONICA ARGUMENTATIVA

Não obstante a minha total concordância com o nosso amigo JG, o que aliás de uma ou outra forma quase sempre acontece (vá-se lá saber porquê), gostaria de tecer alguns comentários sobre o entendimento que fiz da forma como se debateu ontem, no programa “Prós e Contras”, o assunto “Casamento Homossexual”.

É contra séculos de cultura que nos injectam desde cedo que tento cultivar e alimentar na minha natureza a tolerância, a compreensão e o respeito pela diferênça. Admito que não percepciono com a mesma visão a manifestação pública de carinho entre pessoas de sexos opostos e pessoas do mesmo sexo. Nada a fazer! É mais forte do que eu! Causa-me um mau estar que se tem manifestado persistente e de difícil combate.

A minha posição pessoal nada tem a ver com o que ontem constatei durante o debate do programa da Dr.ª Fátima Campos Ferreira que engorda a olhos vistos de semana a semana. A Doutora e não o programa, obviamente.

Não sendo obstativa, para o efeito, a minha posição pessoal conclui que, ou por falta de concretos, irrefutáveis e válidos argumentos ou porque simplesmente são pessoas pouco informadas, os “Contra” manifestaram-se um bando de galinhas tontas sem saber de que lado reclamar a atenção do seu galo. Desde padres a professores universitários, nenhum foi capaz de dizer “coisa com coisa”, alegando, pelo contrário, razões mais do que risíveis e burlescas para defender as suas posições, como exemplarmente alegar que os bissexuais também não podem casar com os dois géneros pelos quais se sentem atraídos sexualmente.
Ora, tal como seria expectável, esta intervenção “universitária” foi prontamente arrasada com a contra-posição de que os homens que se sentem atraídos por um número indefinido de mulheres não se casam com todas elas. Já por seu lado, os eloquentes defensores do “Prós” apresentaram razões coerentes, credíveis e válidas. Honra lhes seja feita. Pelo menos demonstram que sabem o que querem e pelo que lutam.

33 comentários:

Mofina disse...

Sinceramente, já não há pachorra! Penso que não há assunto possível de reduzir a um pró ou a um contra.

E viva Hugo Chavéz!!!!!

joker disse...

Concordo com o casamento gay, eles que façam o que bem entenderem, desde o momento que não metam crianças ao barulho.

Blimunda disse...

Confesso, Joker, que agora fiquei com dúvidas. Pergunto-me qual a razão pela qual imporias tamanha condição. Queres desenvolver?

joker disse...

Liberalizem a casamento gay, que até concordo, agora recuso-me viamente que os referidos "casais" possam ter qualquer direito no que diz respeito á adopção de crianças.

Blimunda disse...

Ok! Até aí já tinha percebido! Mas e porquê? Achas que dois homens ou duas mulheres que vivam juntos são menos capazes de educar uma criança do que se for só uma mulher ou só um homem que vivam sozinhos.

jg disse...

Pqp... um homem olhar para outro e perder-se de amores a ponto de querer casar e fornicar com ele, é de um profundo desrespeito por toda e qualquer mulher.
Não posso opinar de idêntica forma relativamente a mulheres. Elas terão a sua opinião. Que tolorarei, por razões óbvias.
Assim como não suportaria que alguém se pusesse a fazer fosquetas, mt próximo de mim, com cobras, sob pena de lhe enfiar um tiro. Dois gaijos no marmelanço causam-me igual repulsa.
Serei doente?!
Claro que não. Sou avesso a répteis e paneleiros.
Reptofóbico e homofóbico.

Álvaro disse...

Os macacos cá do jardim não têm problemas com isso quando calha enrabam-se (salvo seja ás doutoras aqui do coiso) acho que a natureza, quer que tudo seja livre.

Eles não conhecem a mãe, quando crescem é tudo fêmea e como têm uma coisa entre as pernas (salvo seja a mim) andam à procura dum buraco.

Por outro lado a gente tem pensamento e isso faz com que tudo seja diferente, mas a liberdade tem que vencer os padrecas.

jg disse...

Blimunda, para mim, meter nojo é uma coisa e repudiar é outra.
Paneleiros, não combina com Faixa de Gaza.
Tal como homossexuais não combina com crianças.

jg disse...

Como eu gostava de ter paciência e pachorra para discorrer sobre este assunto...
Lá tenho culpa que haja quem goste de testículos grelhados e mioleira?! E não é fácil perceber que quem aprecia estes petiscos sofre da moleirinha?!
A decência, começa à mesa.
E sim, há limites para tudo.
Provem-me que não e digam um exemplo, faxavor.

Odete Costa disse...

O meu querido JG e Jokinha são papás, EU e Blimunda somos mamãs a Mofininha não tem crias e o Alvaro não sei (não conheço), portanto temos meninos e meninas que pela educação e o sentido da vida que lhe transmitimos não cabe o conceito homossexual, aliás falando por mim nem falo no assunto para que ele passe despercebido lá em casa, eu assumo isso se está certo ou errado não sei! mas não comento.
Queria dizer que apesar de eu fabricar telha tenho no meu telhado duas claraboias de vidro! Contudo lá no fundo todos temos nojo e repulsa e eu tenho tambem realmente essa opnião. Filhos nesses casais nem pensar (nome do pai Fernando nome da mãe Manuel, não percebi nem a própria, não entendo, como a criança consegue explicar que tem dois pais no lugar da mãe e do pai, enfim paneleirices).

teresa g. disse...

Eu sou heterossexual e nunca tive dúvidas sobre isso, talvez por essa razão não consiga perceber a aversão que as pessoas têm aos homossexuais. Fobia=medo. Medo de quê? Que nos obriguem a fazer algo que não queremos? Parece-me que a probabilidade é baixíssima.

Mas o que me fez vir aqui numa altura em que nem sequer me apetece andar pelos blogs, foi a questão das crianças. Também concordo que num mundo ideal uma criança deve ser criada por um homem e uma mulher. Mas no mundo real em que vivo há crianças que são criadas por casais heterossexuais, esses sim verdadeiros mete-nojo, que as negligenciam e as matam à pancada. E no mesmo mundo real há um estado que só as retira a esses pais mete-nojo em último caso, e não as cede a gente normal e decente só porque os mete-nojo aparecem de 6 em 6 meses na instituição para lembrar a propriedade.

E no meu mundo real, a maior parte dos casais heterossexuais normais e decentes querem bebés ou crianças muito pequenas, normais e saudáveis. Crianças doentes ou deficientes requerem muito mais trabalho e atenção, e são poucos os casais heterossexuais que têm a coragem de o fazer. O mesmo se passa com as crianças mais crescidas, cheias de maus hábitos porque cresceram sem referências nem afecto.

Mas muitos homossexuais, igualmente pessoas normais e decentes, talvez porque tiveram que enfrentar muito mais da vida para se aceitarem a si próprios e se fazerem aceitar pelos outros, tÊm essa coragem. Porquê negar-lhes essa possibilidade? Será preferível que a criança cresça numa instituição? Todos sabemos como estas coisas são lentas neste país. 8-10 anos passam num instante, e mesmo para uma criança 'normal' e saudável já se torna difícil ser adoptada. Mas 8-10 anos para uma criança é uma eternidade!

Os meus amigos imaginam o que é crescer numa instituição? Sem referências afectivas, sem alguém que sabemos que sempre estará lá para nós? Ser cuidado por pessoas que o fazem por obrigação, e que logo à noite vão para casa, e que um dia destes vão de férias ou vão embora, e pouco se importam. Eu também não, mas já lhes li o suficiente nos olhos. Todas as crianças institucionalizadas sonham em ter pais. E se não lhes encherem a cabeça com preconceitos, não me parece que se importem com a orientação sexual dos mesmos. As crianças querem ser amadas. É muito simples. Tão simples que os adultos tÊm dificuldade em compreender que esta é a prioridade absoluta.

A homossexualidade é tão velha como a humanidade. Não é exclusiva da espécie humana. São pessoas. Não me parece que o valor humano possa ser definido pela orientação sexual. Para mim certamente que não o é. Numa altura em que me tenho cruzado com tanta gente-mete nojo, nenhum que eu saiba homossexual, e que a maioria das pessoas homossexuais que conheço me merecem respeito, admiração e afecto, parece-me que isto é uma questão que já devia ter sido ultrapassada há muito.

Mofina disse...

Mas, jardineira, será que os homossexuais aceitariam essas crianças?

teresa g. disse...

Mofina, repara que eu não estou a defender que apenas lhes sejam dadas as crianças que os outros não querem! Mas na realidade isso já acontece com os candidatos solteiros, por isso é muito normal que o façam também com os casais homossexuais.

Mas acho que sim. Isso têm-se verificado por exemplo nos EUA. Parece-me óbvio que são, por exemplo, pessoas mais informadas sobre a SIDA, e não terão tantas dificuldades em aceitar crianças seropositivas. Pessoas que tiveram que questionar os padrões de normalidade terão muito menos dificuldades em aceitar que a sua criança não tenha um comportamento 'normal', ou um aspecto 'normal', quando estão em reuniões de amigos, ou quando se têm que confrontar com a aceitação social.

Não sei se podes imaginar o que é viver uma vida inteira com este tipo de discriminação. As dificuldades fazem as pessoas mais fortes, com menos medo do que é difícil. Quando duas pessoas assumem uma relação homossexual, uma boa parte dos afectos de conveniência vão à vida. Acho que essas pessoas saberão valorizar os afectos verdadeiros, e como nós sabemos, eles não dependem da normalidade, ou da facilidade, que a pessoa nos traz. Por isso me parece que não serão tão comodistas, como grande parte dos casais hterossexuais, em aceitar apenas o que é fácil.

jg disse...

Tentei responder à Jardineira mas o comentário, por razões desconhecidas, apagou-se durante a elaboração.
Uma trabalheira dos diabos que me deu e foi-se num ápice.
Espero ter a oportunidade de trocar impressões pessoalmente com a visada pois há erros de leitura que, julgo, devem ser clarificados.
Concordo com ela no propósito mas discordo na forma para a resolução de parte, essencial e vital, da questão.

jg disse...

Alegria,
O Álvaro tem a Hermínia. Uma égua de suster a respiração.
Ciumenta como tudo!!!!

jg disse...

Ó Alegria, alguma vez te ocorreu a dificuldade que terá uma criança em explicar que foi violada pelos pais ou que os mesmos lhe infringiram castigos que quase a mataram?! (digo quase, pq muitas não sobrevivem mesmo)
E estou a referir-me a pais não homossexuais!!!

Um problema não deixa de existir só porque o escondes ou te escondes dele.

Blimunda disse...

Five points Gardner my friend!
Pois o meu dilema é esse também. Concordo com as tuas razões e deixa que tente limpar um bocado a borrada do meu último comentário. O que me faz confusão é tão-só a visualização de manifestações carinhosas ou sexo entre os homossexuais. Saber ou imaginar que eles o fazem não me incomoda absolutamente nada. Sei de fonte segura que grande parte deles, pelo menos na parte masculina do grupo, são pessoas integras, compreensivas e sensíveis. Não é à toa que muitas mulheres heterossexuais têm grandes amigos nos homens homossexuais. Há dias respondi a uma amiga que se afirmava muito ligada por laços de amizade a homens homossexuais, que na espécie humana esse homem era o que de mais havia parecido com a mulher e que provavelmente essa sua identificação significaria que também ela seria homossexual. Ela olhou para mim e disse - talvez, não sei!

JG, mais essa? Quantas é que já me deves?!!!

jg disse...

Só uma achega. As meninas acham que melhor do que manter as crianças em instituições de acolhimento, tal como são, seria despachalas para casais, ainda que homossexuais.
Não vos ocorre que o Estado tem o dever de criar instituições de acolhimento que funcionem na plenitude, custe o que custar ao Estado e ao contribuinte?!
As crianças não devem ser despachadas como mercadoria ou bens de consumo.
O pilar basilar da sociedade começa exactamente na união e respeito pela família.
Não metam homossexuais à mistura. O civismo e a sensibilidade que os mesmos parecem ter e apregoar, não passa de um dever cívico exigível a todos nós.
Não baralhem e não confundam.

Blimunda disse...

Ó migo, eu até estou contigo nessa do asco e tal mas as coisas não são todas a preto e branco. Então e achas que o facto de ser uma família constituída na sua base por um pai homem e uma mãe mulher é suficiente e determinante para que daí se constitua o pilar basilar de uma sociedade que se rege pela união e pelo respeito entre os seus membros. Ora Jg, sabes bem que não! Não vamos por aí.

jg disse...

Blimunda, é claro que acho. É determinante a família ocidental, tal como a conhecemos assente nos seus princípios e valores.
Mais. O que se está a discutir é o "casamento" entre pessoas do mesmo sexo. Uma aberração, naturalmente.
Quanto à orientação sexual de cada um, nada tenho a ver com isso. É do foro íntimo e pessoal.

Para ficarmos mais ou menos quites, deixo-te este link que vale cada linha, desde queiramos esclarecimento sobre o assunto em apreço.
http://sorumbatico-longos.blogspot.com/2009/02/o-fim-do-casamento.html

teresa g. disse...

Pois é, hoje não há tempo para grandes discussões, mas não podia deixar o último do JG sem resposta. Ninguém defende, obviamente, que as crianças sejam despachadas à toa, como agora não o são. O processo de adopção é bastante exigente, pelo menos em termos formais, e os candidatos são sujeitos a vários tipos de avaliação, quer sejam casais (heterossexuais) quer sejam solteiros sós. O que eu defendo é que não vejo razões para que a mesma possibilidade seja negada a pessoas, apenas porque são homossexuais, casais ou não. Evidentemente terão que passar por um processo de avaliação, mas que a homossexualidade não seja umm critério de exclusão. Afinal, se lhes exigimos os deveres cívicos de qualquer cidadão, porque lhes havemos de negar os direitos? Principalmente se isso aumentar as possibilidades das crianças crescerem com quem realmente se importa com elas.

Porque o argumento de criar condições nas instituições, custe o que custar, falha redondamente. Bolas, o dinheiro ainda não compra (felizmente) o que é mais importante, o afecto! E não há dinheiro do mundo que pague o afecto dado por uma pessoa que resolve cuidar de uma criança, apenas porque tem amor para lhe dar! Não há condições materiais que compensem a falta de alguém que se dedique, que dê amor a uma criança.

E estou com a Blimunda, esse pilar basilar já mostrou bem o que é...

Mofina disse...

O Estado tem o dever de criar instituições de acolhimento que funcionem na plenitude...

Isto significa exactamente o quê?

teresa g. disse...

Bem, não era a última, era a penúltima, mas vai dar ao mesmo, não mudei de ideias.

Anónimo disse...

Oh pá lamento mas desta vez não digo nada, pretendo ter 8 filhos , prevejo 18 netos, tenho receio que posteriormente me contradiga.

teresa g. disse...

Eu sei que a fogueira já está quase apagada, mas não resisti em trazer mais uma acha: http://omundoperfeito.blogspot.com/2009/02/familia-tradicional-acabou.html Não subscrevo tudo o que a autora diz, assim como não rejeito completamente o artigo que o Jg trouxe (para dizer a verdade ainda não o li até ao fim) Mas acho que vale a pena ouvir sempre os dois lados. As coisas nunca são a preto e branco, por isso é que esta discussão nunca mais acaba...

Anónimo disse...

é um bom exemplo de crõnica argumentativa, que eu estava procurando pra minha prova de literatura,há muitos que acabaram entrandono assunto do casamento gay, mas essa crôncia tem duas finalidades:
1-defender os casamento gay
2-mostrar que muitos tem respostas absurdapra não aceitrem e diz a diferença entre prós e contras.

ela mostra um argumento dizendo a diferença entre os dois, e muitos colocaram aqui mensagenshumilhando os gays, olha o preconceito.

Anónimo disse...

e desculpa os erros ortográficos, tem gente aqui pegando no mue pé pra eu comentar

Blimunda disse...

Caro Anónimo,

Agradeço a sua visita e o seu comentário. Volte sempre e, por favor, não se prive de comentar o que bem entender. Mais, não tem que se desculpar por coisa nenhuma, viu!

Espero que tenha conseguido uma boa nota na sua prova de Literatura!

Beijo

Anónimo disse...

bom comeco

Unknown disse...

olha ! sinceramente , não me ajudou muito !
estava preparando uma cronica e entrei neste site ! me arrependi muito pois tudo que li não fez eu me inspirar e não me ajudou, pois tenho algumas ( certas ) duvidas sobre este tipo de assunto não gostei do que escreveu ! sinto muito mais esta irregular !

Anónimo disse...

Vejo aqui pessoas que não se declaram contra o casamento gay, mas que são contra a adoção de crainças pelos mesmos... As crianças abandonadas querem ser adotadas, ter uma família que lhe de amor, carinho, acolhimento. Será que elas vão se importar tanto assim só por terem 2 pais ou 2 mães? Acredito que elas são capazes de entender que algumas pessoas são diferentes umas das outras, como por exemplo, em relação a opção sexual. O que elas não entendem mesmo é pq existe tanta desigualdade, violência, miséria, falta de caráter... isso as crianças não entendem mesmo. Dizem por ai que o casamento gay pode influenciar o "aparecimento" de mais gays, se isso fosse verdade plena porque então que existem tanto gays vindos de famílias heteros?!

Anónimo disse...

voçe tem preconceito!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Anónimo disse...

Cobras geralmente dão medo, ñ nojo. Mas essa é só uma lição de respeito que talvez vc "JG" ñ tenha aprendido quando era criança, é só uma prova de que existem pessoas diferentes uma da outra. Nós homossexuais ñ escolhemos sentir atração por pessoas do msm sexo, nós nascemos assim e ñ vou dizer q infelizmente por que eu tenho orgulho de ser quem eu sou. Agora quanto a questão da adoção, é desnecessário dizer que muitos casais homossexuais são mais carinhosos e compreensivos, exatamente por ter tido que ler ou ouvir coisas como esas q vc escreveu.
Agora, está provado q alguns casais "heterossexuais" são irresponsaveis, ou vc ñ assisti jornal, talvez os casais homossexuais fossem uma salvação (ñ tenho nada contra os casais heteros, aliás eu os respeito muito e acredito que muitos criam seus seus filhos com muito amor e carinho).
Ñ pude dizer tudo o que eu gostaria, pois estou com pressa no momento, mas gostaria que esse comentario chegasse ao JG, se ñ chegar será uma pena, teremos ainda um homofóbico (cuidado JG, homofobia é considerada doença) poluindo a cabeça da futura geração...