sábado, 6 de dezembro de 2008

Das cidades, dos homens e do vento


Todas as glórias são iguais, embora umas sejam mais iguais do que outras. Efémeras, ilusórias. As das cidades, como as dos homens. Não valem a beleza do voo de uma ave, o esplendor quieto e silencioso de uma árvore velha.

De vez em quando é preciso sentar à beira de um rio, tentando ouvir as respostas que pairam no vento.

Se um dia me esquecer disto, por favor, lembrem-me.




13 comentários:

Mofina disse...

Se pagares bem, posso ser a tua agenda electrónica, ou uma espécie de grilo orientador. :P

teresa g. disse...

Grilo?!
Ser grilo é um privilégio! E ainda queres receber?! :P

mac disse...

Quem não tem rio, sente-se à beira do mar.

Quem não tem rio nem mar, sente-se à beira do bidé, abra a água e feche os olhos.

DD disse...

Quem precisa de rio ou de mar, com toda esta chuvinha-de-molha-tolos teimosa?

Pois é, Jardineira, também eu já sinto saudades de me sentar à beira de um rio inspirador.
O nosso Cértima até já se esqueceu que é rio, de tanto lixo que transporta.

Álvaro disse...

Drª Blimunda

Anda a enjoar nesse rio quadrado.

Ninguém quer saber disso para nada só os poetas, os bêbados e os maluquinhos oficiais, com cartão passado e que andam a pedir cigarros na Av.do Brasil.

Glorias ? só se tiverem uma nota agarrada, porque de resto é lixo e já não há rios, há escoadouros de trampa com disse a Drª DD, porque os sujam e ninguem cuida deles.

Resta-lhe o bidé como diz a Drª. Mac que também anda com a metafísica em baixo.

Resta-lhe estudar para poeta Drª Bli ou ser maluquinha. Esses se não forem felizes, conseguem inventar que o são.

Eu por mim estou farto de rio, levo com ele no focinho todos os dias ida e volta Barreiro/Lisboa.

As respostas que o vento frio me dá, são as velhas contas para pagar e dá-me pena não ser poeta, ou mesmo maluco, sei lá.

teresa g. disse...

Realmente entre um rio sujo e um bidé é preferível o bidé ;)

Alvaro, não foi a Blimunda que escreveu isto, foi a maluquinha de serviço. Eu aconselho-lhe vivamente uma dosezinha de loucura para curar os enjoos.

"Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?"

mac disse...

Jardineira, o bidé é o expoente máximo da sabedoria ocidental e ainda nem vai a meio a descoberta das suas potencialidades.

Álvaro, mas que desconsolo é esse?!? Ná! Não me vai deixar desacompanhada na busca do rio perfeito, no escárnio da poesia que nos falta, no desprezo do que precisamos, na indiferença dos nossos anseios, no maldizer do que aspiramos, na superioridade com que se olha os malucos que queriamos ser... pois não?

Álvaro disse...

Cara Jardineira

Eu peço já desculpa pelo erro, não li qual era a maternidade da posta e meti água.

Como só a Drª Bli é que ás vezes me passa cartão eu identifico ai o rio quadrado com ela, Já vi que fiz mal além da colega jardineira (eu também estou no ramo), ainda há por ai, aquela doutora que amofina o mendes e a Drª DD, para a próxima já sei o seu a sua dona.

Drª Mac

Tem dias que a gente anda mais em baixo, hoje é pior é a vigília, toda noite de serviço, só saio às 8 da manhã.

Dá-me para ter mau feitio, para as palavras bonitas. Não é que eu passe fome felizmente vai dando para a ração, mas as vezes incomoda-me ouvir ou ler pessoas abastadas a papagear sobre as dificuldades da vida, em frases cheias de cor quando a vida a negra, elas é que não sabem.


Não é consigo cara colega, certo ?

teresa g. disse...

É Mac, a sabedoria ocidental está muito aquém das suas possibilidades em tantos campos...

Álvaro, não tem que pedir desculpas, fez um comentário ao post e eu respondi-lhe. Como acho que ainda lhe devo responder: a linguagem subjectiva, poética, ou o que lhe queira chamar, vale, não tanto pelas intenções de quem a escreve, mas pela interpretação de quem a lê, pelo eco que as palavras e as frases têm no universo pessoal de quem lê. Portanto é arriscado tirar elacções das circunstâncias ou das pessoas que as escreveram.

Sugeria-lhe a leitura de um excerto da entrevista que Suzanne Verdal, a mulher que inspirou este poema de Leonard Cohen, deu, em relação à época, no início da carreira de Cohen, em que ele escreveu esta canção. Diz muito sobre a importância da 'abastância' na qualidade de vida, e tem muito a ver com as razões que me levaram a escrever este post: The Beat scene was beautiful. It was live jazz and we were just dancing our hearts out for hours on end, happy on very little. I mean we were living, most of us, on a shoestring. Yet, there was always so much to go around, if you know what I mean. You know, there was so much energy and sharing and inspiration and pure moments and quality times together on very little or no money.

É por isso que receito a tal dose de loucura, contra os enjoos e amarguras, que, embora em circunstâncias diferentes, nos atacam a quase todos nós.

teresa g. disse...

Ah, e teria todo o prazer em visitar regularmente as pessoas que vou encontrando por aqui, mas o tempo não tem dado, nem para manter o meu tasco. Espero por dias melhores.

Álvaro disse...

Colega jardineira

Eu respondi lá meu coiso à sua última posta de comentário, mas só porque era um bocado grande a inspiração.

Não indiquei lá nada que era a colega, só nós é que sabemos que a resposta era para si, não fossem pensar que eu estava zangado consigo, nem pensar ok ?

Ainda anda a aprender o oficio ? Lá em Serpa os cursos são bons tem lá um que é Jardinagem e espaços verdes, pode sair quase engenheira (estamos à espera de igualidade as outras engenharias.

Até tem mais horas de ingles que o nosso

jg disse...

Quem diz que "Todas as glórias são iguais..." nunca provou as da Diva ou da Flôr do Vouga.

Blimunda disse...

Da pretensa igualdade de todas as glórias ressalvei o "embora". Como em todas as igualdades, umas são-no sempre mais do que outras. A minha derradeira glória tem sido a luta inglória com a turbulência das águas turvas do Cértima provocada pelas enxurradas. Que se há-de fazer? É feito infame remar contra a maré. Água vai, água leva!

Engenheiro, deixe que lhe diga que gostei à brava desse diminutivo "Bli". Tão fashion, não é?!!!

Engenheiro, deixe que lhe diga que gostei à brava desse diminutivo "Bli". Tão fashion, não é?!!!