segunda-feira, 10 de novembro de 2008

MARIA MADALENA

Maria madalena é uma personagem que foi dada a conhecer, pelo catecismo católico como uma mulher pecadora. Uma prostitua a quem Jesus Cristo deu a mão, por piedade e que ter-se-á convertido aos bons ensinamentos do Mestre. Aquando do seu apedrejamento em praça pública, Jesus veio em sua defesa, incitando aqueles que não tivessem pecados a atirar a primeira pedra. Esta é a versão da Igreja Católica. A versão dos Templários, e das ordens que lhes sucederam, mostram-nos Madalena como uma mulher sublime, sagrada, a outra metade de Jesus. Foi o pilar do Sagrado Feminino.

Não sou uma mulher de fé, daí que não acredito cegamente, sem questionar, seja no que for. Subscrevo, na minha maior insignificância, a posição aristotélica de que a dúvida é o princípio da sabedoria. Contrariamente a esta posição existem os dogmáticos, fiéis seguidores da doutrina cristã, que nem eles sabem de que forma lhes foi dada a conhecer. São homens de fé, pessoas que se auto-definem como “de bem” e que pelo seu carácter de bons cristãos, não se inibem em acatar e divulgar como verdades absolutas, ideias que se lhes afiguram, pela leitura de meia dúzia de tretas que lhes chega aos olhos, por um qualquer meio.

A esses cristãos, fiéis e que n’Ele confiam sem pestanejar e a cujos ensinamentos, que não são d’Ele mas de homens que, prepotentemente, se fizeram na voz d’Ele, a quem seguem com subserviência canina, ofereço a sabedoria de um outro génio - Orson Welles: “É preciso ter dúvidas. Só os estúpidos têm uma confiança absoluta em si mesmos.”

19 comentários:

jg disse...

Duvido.

Mofina disse...

Também duvido que jg tenha dúvidas.

jg disse...

A Madalena é de Lagares e trabalha na Jamarcol.
A da Bispa, não.

teresa g. disse...

Certos muçulmanos consideram desavergonhadas as mulheres que mostram a pele das pernas, dos braços ou mesmo do rosto. Lembro-me de quando andava a estudar numa cidade em que no verão fazia um calor escaldante, no meu belo país, ouvir piropos a raiar o insultuoso quando usava roupa a condizer com o clima. Não sei se tem a ver com religião, acho que tem a ver com a forma com que certas mentalidades olhavam e continuam a olhar as mulheres.

Quando a minha avó se casou foi avisada pela sogra 'num rapaz tudo é permitido, numa rapariga tudo é notado'. E às vezes quando ouço ou leio certas frases soltas e descuidadas, daquelas que mostram aquilo que as pessoas realmente pensam, fico a pensar que a mentalidade não mudou assim tanto desde o tempo das minhas avós, ou dos tempos bíblicos. Só se disfarçou sob uma capa de modernismo. Mas no fundo o olhar é o mesmo, o mesmo que fez considerar Maria Madalena um símbolo do pecado, enquanto que os homens que tinham o mesmo tipo de comportamento eram naturalmente desculpabilizados e intocáveis - como hoje, não?.

Mas se virmos as coisas por outro lado, o próprio texto bíblico encerra o respeito pela mulher, dando a entender que ninguém tem autoridade moral para a condenar seja pelo que for. Não é uma questão de piedade, é uma questão de justiça. Independentemente do que é histórico ou não, do que são factos ou mitos, acho que a grande diferença está nos olhos que os interpretam. E esses olhos ainda não mudaram em grande parte das pessoas.

teresa g. disse...

Epa, que coisa tão grande...

V.C. disse...

Letra.........e mais letra!!

V.C. disse...

Sobre muita coisa tenho imensas dúvidas. Sobre o que Ele tem de bom não tenho dúvidas, talvez por isso seja estúpido mas não me importo, porque Ele para mim não é anónimo nem tem nik, é Jesus Cristo!...o único que me fala de amor sem mentira nem jogos... e mais não me aptece escrever...
Saudações para os daí!!

V.C. disse...

Leia-se "Apetece"

mac disse...

Jardineira, concordo em absoluto: a diferença está nos olhos de quem vê... O que é para uns não é para outros e isto nada tem a ver com o Urso, que além do mais advogava (no que eu também concordo) a dúvida em nós próprios e não a dúvida cega em tudo.

Blimunda, Maria Madalena é um conceito, não uma mulher real. E segundo penso, não foi por pena que Jesus lhe deu a mão, foi porque prostituta ou não, era gente e Jesus dava a mão a toda a gente... Prostitutas, anónimos, pecadores e santos, aparentemente todos eram gente para ele.

Já para a gente, não é bem assim, uns são gente, outros são lixo e outros ainda são deuses. Que quer? A gente é assim...

Mofina disse...

Mas quem diria, o nosso padre veio à confissão!!!

Ó meu, se não andasses com cara de mau, podias juntar-te a nós, moças giras e simpáticas. Não queres? Põe um sorriso no rosto, faz favor...

Blimunda disse...

JG, ou talvez não...

Mofina, eu também...

JG, hã?!!!

Jardineira, o que está em causa não é o olhar machista da sociedade sobre as mulheres, desse não tenho a menor dúvida de que continua a existir como sempre existiu. Tão pouco é a constante culpabilização dos erros femininos por oposição á eterna desculpabilização dos masculinos.

Mirone, As ideias são feitas de letras. Experimenta lá formular um pensamento sem colocar palavras nele! Jesus Cristo fala-te de amor sem jogos nem mentiras? Duvido! A bíblia é toda ela um jogo de mentiras do princípio ao fim.

Mac, Ora nem mais! É exactamente esse o ponto da questão. Aquilo que vemos é aquilo que queremos ver e nunca aquilo que é na sua essência. Não sei se Maria Madalena existiu como mulher ou se é apenas um conceito mas sei que existem várias versões e eu não ponho a mão no fogo por nenhuma.

Mofina, não atormentes o homem. Deixa-o em paz com as suas avaliações arbitrárias.

teresa g. disse...

Eu percebi o que está em causa. O que quis dizer é que por causa de uma certa visão parcial de séculos sobre os textos da bíblia, e da sua interpretação abusiva, não podemos reduzir o valor destes textos, como de nenhum texto mitológico. Eles têm essencialmente um valor simbólico, e portanto, como vocês dizem, são passíveis de muitas interpretações, que podem até ser contraditórias.

Suponho que te estavas a referir a outras fontes que dão diferentes versões das personagens bíblicas. Eu conheço algumas dessas fontes, e também me parece que certos autores fazem delas interpretações convenientes para vender papel, capitalizando sobre os ressentimentos acumulados contra a igreja, e os muitos erros que tem cometido e continua a cometer. Não me estou a referir particularmente ao Código, uma vez que não o li. Estou-me a referir a alguns autores de best-sellers na mesma linha que li ou tentei ler. O que também não retira a validade dos princípios e de todo o conhecimento que foi negado e perseguido pela igreja. Nomeadamente de um certo poder espiritual, feminino, mas também masculino, não alinhado com aquilo que se tornou a religião católica. A questão é que os extremos sempre tendem a criar extremos de sinal oposto, e temos que ter algum cuidado com aqueles que com isso pretendem obter poder ou dinheiro.

Anónimo disse...

Este pessoal não deve ter que fazer é uma cambada de desocupados
vão trabalhar sejam uteis ....

teresa g. disse...

E o anónimo, o que está aqui a fazer?

mac disse...

Conheço muita malta que se afirma publicamente como não crente e/ou como não católica. Deles todos, a esmagadora maioria tem alguma raiva à igreja, particularmente à católica (o que se compreende, esndo nós num país eminentemente católico) mas sabem o que eu acho mais giro? É que se de facto considerassem a igreja completamente humana, não lhe teriam tanta gana. A zanga, na maior parte das vezes, é proveniente de expectativas frustradas.

mac disse...

leia-se "estando nós"...

teresa g. disse...

E da atitude castradora e hipocritamente moralista de muita gente ligada à igreja, Mac. Acho que hoje já nem tanto, mas há umas décadas era pesado, e marcou muitas pessoas. Conheço pessoas autênticas, que acreditam genuinamente naquela luz que o Mirone tentou explicar como sendo a sua, mas conheço muitas outras para quem a religião é simplesmente uma forma de domíneo e afirmação de poder (moral, social, sei lá) E, como em todas as ditaduras, criam resistências e raiva...

V.C. disse...

Cara MM:
“Mas quem diria, o nosso padre veio à confissão!!!
Ó meu, se não andasses com cara de mau, podias juntar-te a nós, moças giras e simpáticas. Não queres? Põe um sorriso no rosto, faz favor...”
Quanto ao Padre não sou mas sou amigo de alguns!
Quanto ao andar com cara de pau… andas a delirar ou a sonhar?
Quanto às moças giras e simpáticas, algumas não conheço logo não posso comentar, as que conheço já são um pouco velhotas, logo a idade merece-me algum respeito!
Cara ex Mazona:
"Mirone, As ideias são feitas de letras. Experimenta lá formular um pensamento sem colocar palavras nele! Jesus Cristo fala-te de amor sem jogos nem mentiras? Duvido! A bíblia é toda ela um jogo de mentiras do princípio ao fim."

Questiono-me se já a lês-te. Quando dizes por exemplo que os Evangelhos não falam de amor, não sei o que te diga!!
Como gostava de falar contigo!!
Um beijo para a minha não ex, nas sempre sócia Mazona

Blimunda disse...

Jardineira, percebi tudo o que quiseste dizer em todos os teus comentários e concordo com todos eles apesar da mensagem que eu pretendi transmitir com este post seja completamente diferente daquilo que apreendeste dele.

Mac, na mouche again!

Vitinho, Vitinho, vai lá ler outra vez o que escrevi e vê se eu escrevi o que dizes que eu disse. Beijinhos para ti também.