quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A Flor Que Nos Resta

Amanhece a montanha banhada por gotículas de orvalho
Marulha o rio segredos aos molhos ao insuspeito alecrim
Calça o sopé a frescura espelhada no muro ténue de um tempo
Que enche a alma das gentes e ritualiza o óbito da azáfama

 
De seda e de sol veste a floresta de cor e de sorte
Andorinhas de talhe curado e alegre
Com que se traja a vida e a morte
Depois do sal e do vento agreste

 
Das brumas do ido tempo primaveril
Bafeja o vento, a nuvem e o desnorte
Esvoaçam estilhaços de dor pueril
Gritos e vozes ladeados de má sorte

 
São vezes de mais as vezes em que a voz nos grita de dentro
Embustes os sonhos esmagados em céus incandescentes
Infinitas as horas de ardência pungente
Em sepultadas tardes de lânguidas sestas florais

 
São vezes de menos as vezes em que grita a floresta
Promessas que alteiem a vontade estoicamente
Querenças reencontradas florescendo na estepe do sentimento
Reerguendo a flor que não se foi e que nos resta

5 comentários:

Mofina disse...

imperfeito, é tecto sem eskadria, inacabado é sem fitas (sic)

Mantém a esquadria, tira as fitas.

Blimunda disse...

Pronto, Ok! Quer dizer que está "imperfitas". Aceito.

Mofina disse...

Não senhor, quer dizer que o reboco está pesado.

Mofina disse...

Não há onde pôr uma lâmpada

choco disse...

são vezes de menos
as vezes que te leio
mesmo que o reboco
seja barroco
- bj