quinta-feira, 24 de junho de 2010

JOGADOR DE FUTEBOL GANHA MAIS, ORA!

Quem trabalha com sabedoria, empenho e sentido de responsabilidade sabe que não precisa de ser supervisionado no seu trabalho para que ele produza efeitos positivos e lucrativos. É evidente que é necessário um período de aprendizagem, mas sobretudo é necessário espírito dinâmico e vontade de aprender e chegar sempre mais à frente, seja em quantidade seja em qualidade do serviço que presta. É evidente que nem todas as pessoas têm essa capacidade e para isso é imprescindível a presença de alguém capaz de produzir essa avaliação e proceder em consonância. Que alguém que, pela sua intervenção operacional qualificada e que contribua para resultados de excelência em determinada empresa seja remunerado acima de um trabalhador médio/indiferenciado apesar de também aqueles serem imprescindíveis para se atingirem resultados excelentes, é aceitável. O que não poderia jamais ser aceitável e é-o sem que ninguém se importe verdadeiramente, é que seja superior em 700%. Isto é, o salário de um chefe de departamento de uma empresa estatal daria para pagar a sete funcionários dos quadros médios e a 10 indiferenciados. Segundo um estudo encomendado pelos bons samaritanos liderados por um belo coelhinho playboiano que por aí vagueia, existem, em média, 60 chefes em cada empresa do estado. Excepção seja feita à Refer, que é uma empresa que prima por resultados excelentíssimos – só 113 milhões de euros de prejuízo em 2009 – que apresenta um gang de 158 chefes, sendo certo que um considerável número deles são chefes de si mesmos já que não têm subordinados. A completar este quadro brilhantíssimo e que retrata na perfeição o busílis da situação económico-financeira do país, temos uma carteira de salários que ronda os 6.300 euros por chefe/mês, havendo ainda alguns, que devido ao revestimento a ouro da sua massa encefálica, merecem ainda mais, ganhando acima dos 8 mil euros por mês.

Agora venham dizer-me que o problema está nas pensões de velhice, nos abonos de família, nos apoios sociais em geral, nas ambulâncias do Inem e no não-pagamento de portagens nas vias que foram construídas com o nosso dinheiro.

7 comentários:

Mofina disse...

É óbvio que o problema está nas pensões de velhice, nos abonos de família, nos apoios sociais em geral, nas ambulâncias do Inem e no não-pagamento de portagens nas vias que foram construídas com o nosso dinheiro.

Blimunda disse...

Quer levar, a menina, quer?

Mofina disse...

Sou tão obediente e ainda me ameaças, hã?

jama disse...

Numa entrevista publicada há umas semanas numa revista de um jornal diário, um conhecido e reputado cientista dizia que a única forma de ascensão social da nossa juventude era através da militância partidária. Em Agosto do ano passado fiquei estupefacto quando me disseram quanto é que recebia quem andava na campanha política de um dos maiores partidos nacionais. Este post é interessantíssimo. Só espero que o seu autor não chegue à mesma conclusão a que chegou o Licínio, e muito menos que acabe como ele!!!

Blimunda disse...

Não creio que o tal autor acabe como o Licínio, Jama. Não tem aparelho digestivo para isso e só de imaginar que depois do manjar o mais certo era ter que sujeitar-se a uma lavagem ao estômago, com os respectivos tubos goela abaixo, instala-se-lhe em todo o corpo uma desesperante e inibidora urticária.

mac disse...

Ora, Blimunda, isso é o teu mau feitio.

Eu cá acho que se devia despedir o remador, é óbvio que o gajo não é eficaz. É por causa dele que os 60 chefes não chegam a horas.

Que implicância a tua!

jama disse...

Blimunda e Cª, toca a blogar.