sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

OS BIO-PONHONHOS DO PLANETA

Há quem tenha dito lá no já apelidado Titanic do Fracasso ou Cimeira de Copenhaga, que a Europa está perfeitamente unida e que a África se junta a nós. Não quero admitir que aquele “nós” queira significar “França-e-Alemanha” ou, talvez, “França-e-França”, sei lá! Com um pouco de boa vontade quererá dizer mesmo só Europa. Disse, ainda, o orador que os Estados Unidos, presumo, também, que da América, têm uma posição próxima à nossa. Isto, evidentemente depois da novel declaração de que mais vale um “acordo-imperfeito” do que um “não-acordo”. A proximidade deve estar algures por esses lados, mais coisa menos coisa. Nesta onda de presunção a que somos abandonados, julgo não podermos, obviamente, deixar de presumir que, depois de tanta difusão à nulidade dos eventuais resultados a advir daquele faraónico encontro de titãs, o real ganho vá ser senão uma amálgama escatológica, ininteligível tanto para aqueles que o levaram a cabo - os Bio-Ponhonhós do Planeta, como pelos que o financiaram - os restantes.
Agora fora de brincadeiras, digam lá que, tirando a altura das casas e os mastros dos barcos, aquela foto não é uma verdadeira montagem das marginais da ria de Aveiro do Rossio com a Costa Nova.

8 comentários:

Mofina disse...

Alô, alô: chamando teresa g. Câmbio.

Blimunda disse...

Antes que haja mal-entendidos, devo dizer que os ponhonhós a que me refiro são os que por lá andam a esgalfinhar-se dentro da Cimeira e não os que andam fora, ok?!

Privada, o bacoco disse...

Antes ke a Teresa te bata, ok.
Curto essa dos ponhonhos, pensei ke as palavras do Obama, se referiam `a banca, ke mal ke ando, pensei ke ele estava a falar dos bancarios, ke agora em situaçao confortavel, se riam dos apoios do governo Americano. E alegavam ke esses apoios tinham sido um mero investimento do governo ke correu mal, e ke o governo tinha ke se considerar como kk accionista. Fogo, afinal estavam a falar de ambiente, bem digo ke o meu ingles tecnico, nao fica nada a dever ao do primeiro ministro

teresa g. disse...

Privada, pode não parecer, mas eu só bato em último caso, quando acho que não posso mesmo deixar passar. (Não sou uma criatura assim tão má! :) ) E se a Bli me estivesse a chamar ponhonhó, se calhar até tinha razão, embora eu não tenha percebido muito bem o que quer dizer, parece-me que ando ponhonhó de preguiça. Por exemplo em relação aos blogues. E acho que a energia se deve guardar para gastar com guerras que valem a pena. Neste caso, Copenhaga não foi o fim de uma guerra, foi uma batalha com um desfecho previsível. A guerra vai ser longa e com frentes que muita gente nem imagina. É certamente uma guerra minha, para a qual quero guardar todas as energias que puder. Pessoalmente não me vou considerar derrotada pelos reveses, nem pela desesperança, nem pela própria morte. Se um dia for derrotada será por ter sido vencida pela indiferença e pelo cinismo.
Alguém daí está no meu regimento?

Mofina disse...

Apresento-me!
Só preciso de um capacete para proteger o frio da cabeça.

Blimunda disse...

Teresa, referia-me ao impasse, ao nada feito. Quanto a integrar o teu regimento, receio pertencer ao grupo dos "umbiguistas" que ainda não arranjou tempo para desviar o olhar do seu umbigo para olhar para os problemas do umbigo alheio. Preguiça, cansaço, comodismo, covardia. Podes chamar-lhe tudo isso e muito mais que terás, sem dúvida alguma, razão.

mac disse...

Teresa, devo ser honesta consigo:
1) Não abdico de certos confortos, como o banho de imersão diário da minha octogenária;
2) Batalho muitas vezes com o cinismo do meu vizinho do andar de cima.

Também é verdade que tenho a mania da reciclagem e chateio a malta toda por causa dos desperdícios.

Se houver lugar no seu regimento para um ponhonhó assim, conte comigo.

teresa g. disse...

Bli, acho que o ponto de viragem é precisamente quando nos apercebemos que estes assuntos fazem parte do nosso umbigo, e se os ignorarmos ele torra. Como dizia uma das autoras de um livro bastante conhecido sobre estes assuntos, o Limites do Crescimento, trata-se de uma mudança nos nossos paradigmas, da perspectiva pela qual observamos e vivemos o nosso mundo, e embora segundo as palavras dela, essa mudança possa acontecer num segundo e mudar a nossa vida, é também extremamente difícil. Eu até acho que estás bem perto, só ainda não te apercebeste.

Mac, eu também não abdico do banho quente, nem da máquina fotográfica, nem da net, nem, agora enquanto não me passa a telha, do farmville. Não podemos mudar tudo de uma vez, não podemos mudar tudo sozinhos, e certamente não somos heróis (heroínas, vá) para mudar o mundo (o séc xxi também já não tem lugar para heróis). Mas podemos ir mudando aos poucos, cada vez mais, e ir passando a mensagem. E isso já é uma guerra e tanto. E se não fosse ter gasto tanto tempo com a telha podia continuar a escrever mais um bocado, mas amanhã é dia de trabalho.

Quem sabe um dia destes ainda me dá para voltar à bloga sobre o assunto.