sexta-feira, 26 de junho de 2009

UNDER THE MOONLIGHT!

Nos muitos enredos desta vida que nos é dada sem que a solicitemos e que vamos sorvendo em cada preciosa gota de água de que é composto o oxigénio que nos sustenta o ser, o valor que temos é aquele que nos é atribuído pelo reconhecimento que os outros têm de nós, independentemente do valor pessoal que possamos intrinsecamente e genuinamente possuir.

Quando uma empresa reconhece a mais-valia de um empregado e o reconhece gratificando-o devidamente pelos serviços prestados, esse empregado tende a melhorar cada vez mais os seus serviços para que o mérito que lhe é reconhecido não seja frívolo e vão mas sim digno e duradouro.

Ser um ícone musical de uma geração não significa unicamente cantar bem. Significa que um incalculável número de pessoas acreditaram, sonharam e alimentaram as suas vidas com a vida de outra pessoa, elevando assim o valor da última aos píncaros do estrelato e do incomensurável mundo da fantástica e luxuosa vida a que quase todos nós, mortais humanos, haurimos. Um mundo capaz de proporcionar o inefável alívio da riqueza e do poder, válvulas benéficas para o esvaziamento de todas as mágoas, pesares e desgostos


Jimi Hendrix, Bob Marley, Janis Joplin, Jim Morrison, Elvis Presley, Elis Regina entre muitos outros cujos nome, neste momento, não consigo recordar não souberam estar à altura da estima que lhes foi adjudicada, auto-destruindo-se sem prévia permissão e ratificação daqueles que foram os seus fundíbulos para o êxito. Nenhum deles tinha o direito de o fazer, a nenhum deles posso inocentar e indultar o facto de terem abandonado aqueles que deles precisavam para se completarem.
Michael Jackson, encontrava-se há já algum tempo à porta do clube aguardando sinal para poder entrar. Passou a pertencer, desde ontem, ao inexorável clube.

21 comentários:

Capitão Merda disse...

E vai fazer-me uma falta...

:D

Mofina disse...

Desde a hora em que ontem soube da notícia até agora, esta é ainda a única reflexão que assino por baixo.

privada disse...

prezo muito a vida mas ela nao se esgota em anos, mas sim em vivencias, se vives rapido a tua tarefa é cumprida cedo, e é tbm por isso k mereces a admiração dos outros.

depois juntar todos no msm molho so por k morreram jovens entao faltam na lista poetas, escritores, pintores, ditadores, nem todos os ke referes morreram por um proposito e é só a perserverança no proposito ke a gente lhe admira

preferia ke MJ tivesse morrido antes, ou de velho, pk na minha geraçao nao há sonhos, e como tal ja nao morrem idolos, o facto deste ter morrido após sucessivas mutilações, volta a abanar-nos a tola e é mau, não há idolos, não há sonhos, não ha rebeldia, é tudo a fatidiante realidade, ele nao podia vir agora relembrar k afinal ha sentimentos publicos e nao so instituições.

Curt Cobain foi na minha geraçao mas o proposito nao foi ~grande coisa, nem o Janes Joplin, nem o do hendrix, dos outros sim, tem alguma logica no ke defenderam

mac disse...

privada!
Em primeiro lugar, 50 anos não é juventude;
em segundo lugar, morrer não tem a ver com propósito (digo eu);
em terceiro (e último, embora a lista pudesse continuar), mesmo que para mim/nós fosse melhor não ter acontecido, tenho fortes dúvidas se isto não era o melhor para o MJ - morrer sem ser uma carcassa cansada, morrer ainda amado, morrer sem ter desapontado demasiado o mundo por ser humano.

Blimunda, "o valor que temos é aquele que nos é atribuído pelo reconhecimento que os outros têm de nós" é falso. O valor que temos é aquele que subsiste passados pelo menos 100 anos da nossa morte.
Em termos de valor, só acredito no longo prazo.

teresa g. disse...

Sabes o que me deixa danada? No dia 26 os Estados Unidos debateram um pacote de medidas para reduzir as emissões de dióxido de carbono que muitos consideram histórico, porque finalmente eles começam a fazer alguma coisa, e essa alguma coisa poderá ser decisiva para que não vamos todos pelo buraco abaixo. Parece que a discussão foi renhida e o pacote correu o risco de não passar. Al Gore fez um apelo à mobilização da pressão da população sobre os seus representantes políticos para que o pacote não fosse chumbado. Isto apesar de este ser limitado, o mínimo que os EUA deveriam fazer. E os 'media' americanos ocuparam-se massivamente da morte do Mickael Jackson! Os portugueses nem disso falaram, (bem, pelo menos eu não ouvi) e sei disto porque recebo feeds de notícias de organizações ambientalistas internacionais. Não é o cúmulo? Bolas, eu acho. Não há dúvidas que é a nossa civilização que está em risco e que é urgente tomar medidas, e quando há a oportunidade das pessoas exercerem o seu dever de cidadania para decidir sobre isso, a populaça chora literalmente baba e ranho por um cantor pop. Um ídolo? Ora batatas, como diz a nossa amiga Mac. Já é tempo de vermos como estes ídolos têm pés de barro, e como precisamos de nos focar em outras formas de alimentarmos o nosso sentido da vida. Este, como os outros que mencionaste, foram pouco mais que vítimas desta alienação colectiva. O problema não está neles, está no que nós fazemos deles, e nas expectativas que depositamos neles, como bem disseste. Mas esse é um problema nosso. Eles nunca nos prometeram aquilo que esperamos deles. E isso que esperamos deles, temos que aprender a reconhecer onde realmente está.

Felizmente o tal pacote passou. Muitos dizem que está demasiado contaminado pela corrupção e pelos lobbies (como é que isto se escreve?) que dominam a economia americana para ser sequer eficiente(lá como cá, sempre a mesma coisa)Mas pelo menos é alguma coisa, melhor que nada.

E acabo mais este big comentário de uma forma azeda, desculpem lá aqueles de vocês que gostavam do MJ, mas a mim também não me vai fazer falta nenhuma. E se tivesse um filho nunca lhe desejaria as oportunidades de vida que este teve.

teresa g. disse...

Por falar nisto já viste (viram) o Home? Por favor não percam, é imperdível, e ainda por cima lindíssimo. A ver se amanhã arranjo um bocadinho de tempo para postar aqui o link.

mac disse...

Teresa g., porque a água é fundamental não se deve achar as rosas bonitas?

Não tenho nada a desculpar mas o MJ faz-me falta. Por causa dele muita vez olhei o mundo com nova confiança e lancei-me novamente na batalha. Terei agora de arranjar outra bengala, porque esta morreu.
(...!)
No fim, tudo é egoísmo.

teresa g. disse...

Mac, o risco, o que eu quis dizer, o que me indignou, foi que por causa das rosas a água passou despercebida. E isto não aconteceu só nos EUA. Quantas vezes cá pelos nossos lados se ignoraram acontecimentos importantes, com impacto nas nossas vidas, por causa dos campeonatos de futebol!!! É preciso relativizar as coisas.

Eu confesso que nunca achei graça ao MJ, mas evidentemente respeito quem gosta. Também tenho as minhas muletas na música, oh se tenho, e uso-as bastante nas piores horas.

Mas confesso que me incomoda bastante ver os telejornais cheios de gente a chorar como se tratasse de um familiar próximo, ignorando que temos uma bomba sobre as nossas cabeças que nos poderá fazer a vida mil vezes mais amarga. É uma altura em que seria importante discutir aquilo que realmente afecta as nossas vidas. O aquecimento global não é ficção, e aquilo que foi discutido nos EUA tem, ou poderá ter, se as pessoas tomarem consciência disso, e conseguirem fazer uma discussão séria, e tomar medidas a sério, o impacto de mudar o rumo da civilização. É urgente que se mude, e os EUA têm ainda a capacidade de liderar ou não essa mudança (a nível tecnológico). Porquê então as pessoas continuam anestesiadas??

O filme que referi, Home, diz no fim 'é demasiado tarde para sermos pessimistas'. Agora eu acrescento - é demasiado tarde para sermos egoístas - ou melhor, individualistas, porque acho que é disso que se trata.

Vamos ver se hoje consigo pôr aqui o link, já que as nossas televisões o passaram apenas na rtp2 e na rtp1 às duas da manhã. E este filme diz tudo o que precisamos saber.

privada disse...

Ok, mas marca o inicio do fim inevitavel da geraçao k lutou por tudo o k temos hoje, com o rock , o dance, tudo o k sei devo aos k me antecederam; MJ e mts grupos de rock impuseram a liberdade, com o fim deles entramos noutra era, noutro modo de vida, eh hora de fazer contas, e neste caso de ficar triste, acabou, a musica nao salvou o mundo, o ideal marou ... etc etc

Blimunda disse...

Hoje sinto-me particularmente cansada fisicamente. Parece que é claro que quando o corpo está de rastos a mente anda por lá perto também. Apraz-me ver-vos todos tão empenhados nesta discussão. Todos os pontos de vista me parecem válidos e críveis. É evidente que não posso deixar de concordar com a Teresa quando refere o excesso de atenção que se dá a um acontecimento ainda que da morte de um notável do mundo do show bis e da música em detrimento de tantos outros assuntos cruciais para a felicidade de todos nós. Como sempre, é dado ao "mais-à-mão" maior importãncia. Privada e Mac, MJ foi um grande artista sim, mas um fraco homem. Não vejo nele um bom exemplo de vida para ninguém.

Blimunda disse...

Já agora, Mac e depois de ter relido os comentários, diz a certa altura o seguinte:

"Blimunda, "o valor que temos é aquele que nos é atribuído pelo reconhecimento que os outros têm de nós" é falso. O valor que temos é aquele que subsiste passados pelo menos 100 anos da nossa morte.
Em termos de valor, só acredito no longo prazo."

Então e pergunto-lhe eu: quem é que faz com o valor subsista passados os tais 100 anos?

Amiga, este tipo de vlaor pessoal é quase como as palavras - só existe depois de ser dito ou ouvido!

privada disse...

Oi BliBli , já está resolvido, ker se keira ou não foi a musica k mais mobilizou ideais no fim do Sec XX. Bom , mau? Não interessa é o principio do fim definitivo da era "It´s all happening", e é só por isso que alguns estão tristes.

teresa g. disse...

Privada os ideais não maram, é da natureza deles não acabarem. Só mudam de forma. Porquê ter pena da era que finda? Vem aí uma nova, e é nossa também. E se a que passou era representada por aqueles que se autodestruíram seria assim tão boa?

Pois é Blimunda, e eu bem gostava de continuar na amena cavaqueira convosco, mas tenho que me ir por mais uns tempos, senão quem vai marar de vez sou eu. Em relação ao fumo não te preocupes, o pior fica nos teus pulmões e não vai para a atmosfera (tratamento de choque ;) )

teresa g. disse...

Ai credo, que maldade! Fui.

privada disse...

Vamos lá para a nova era! Na verdade estou mt curioso kt a esta nova juventude, fantastica, a diferença é k eles destinguem mt bem o k é diversão e o ke é realidade.

Nos bares , onde antigamente se fazia tertulia e se saia para fumar um cacete e debitar filosofia laica sobre universo, o Homem, a terra, a musica, os poemas, agora há um manto ke cobre os tectos com fumo de todo o tipo de ganza, nao se divide o charro, cada um tem o seu, deve ser acessivel.
A cerveja jorra, à rodada é mt barata.
A meio da noitada tendem a reduzir a iluminação, nao creem em idolos, nem poetas, nem filosofos, isso tudo ja nasceu neles e portanto e´normal e não merece referencia ou debate.

Na segunda feira, lá vao eles, como se nada fosse para os empregos, faculdades e escolas secundarias.

Estou de ansioso para ver os resultados, é incrivel, médicos, engenheiros, arquitectos, policias, quase todos tem ou estao prestes a ter profissao, fartei-me de pensar nisso, se precisasse de tirar um rim seriam capazes? são, nao levam akilo a serio é pura diversão, a profissão é outra coisa, nós eramos tragicos e radicais, eles nao, eles param quando quiserem e nao tem filosofias de vida, vida é vida e ponto final.
Kero viver ate aos 200 para ver o seguimento

teresa g. disse...

Então e nós, não contamos?!! Eu sei que já não sou jovem, (e imagino que o Privada ande pela minha idade), mas ainda não estou com os pés para a cova caramba! O melhor da vida saboreia-se depois dos 40 ;)

Em relação à juventude, essa de que fala é uma minoria transitória (digo eu), mas isso teria muito que discutir, sim, e hoje não posso mesmo vir para aqui. Guarde as munições e um dia destes voltamos a falar, ok? ;)

Blimunda disse...

Sei não, Privadjinha! Todas as gerações têm os seus momentos de glória e de mudança. Sempre opuvi os meus pais a relatarem as diferêçlas de comportamento e da vida deles próprios por comparação com a vida e comportamentos dos pais deles. Eu mesma muito me insubordinei aos comportamentos e regras da vida dos meus pais por comparação à vida que eu própria entendia como certa. Agora chegou a minha vez de achar que no meu tempo é que era bem e bom e não no tempo dos meus filhos em que nada se valoriza, em que tudo é dado de mão beijada, em que não é necessária aluta porque a revolução está ganha!

Se não, privadjinha! Acho que esta porra deste mundo não passa de uma bola de algodão que está na nossa mão, que está na nossa mão para ser feliz!

privada disse...

Esta bem prontos eu calo-me com o tolo do MJ e VOCES publicam alguma coisa

Blimunda disse...

Ok E queres uma publicação à séria ou a brincar? Só mandas!

teresa g. disse...

O Privada ainda anda por aí? Sem querer estar a bater no ceguinho, lembrei-me desta conversa quando li uma newsletter que recebi hoje dos Danças Ocultas:

" “Tarab” é também o título do próximo disco de Danças Ocultas.

O conceito Tarab usado no norte de África, assenta na ideia de um nível superior de consciência colectiva atingido numa performance, partilhado entre artista e público."


Para mim este é um bom exemplo de uma nova era na música, onde se vai realizando a utopia de união do melhor que há entre os diferentes povos, da música para criar pontes entre diferentes culturas, entre diferentes épocas, entre artistas e público. Os Danças Ocultas fazem-no, como o fazem muitos outros que normalmente se enfiam na gaveta do world music, (mas que é isso de separar a música em gavetas?), mas também alguns que se normalmente se metem na gaveta da música erudita (se quiserem tentem ouvir esta faixa que eu acho fantástica: http://www.imeem.com/eastman68/music/UhA2rVfI/martynov-vladimir-kyrie), e se calhar também no rock, não sei.

Não quer dizer que as pessoas sejam melhores, que mereçam o estatuto de ídolos, no caso dos Danças merecem-me um carinho especial por serem de Águeda e conhecer um pouco deles, mas pessoas são sempre pessoas, humanas e cheias de defeitos. Mas a arte, seja a música ou seja outra qualquer, evidencia frequente o melhor que se vive numa época, um ideal. E parece-me que este é um dos ideais nos novos tempos, a construção de pontes que consertem toda a porcaria que temos feito até agora. Como para todos os ideais muita coisa vai ficar pelo caminho...
Seja como for, a música sempre nos ajuda a fazer um pouquinho mais felizes em cima da bolinha de algodão.

E ninguém me encomendou o sermão, mas eles vão fazer a apresentação do CD em Águeda a 24 de Julho. Bora lá, pessoal da zona?

Pronto agora tenho mesmo que ir, não era para estar aqui e estou a pisar o risco.

privada disse...

Vamos, não para Agueda, mas para essa nova era de pontes, gosto e tento vive-las, viva o presente, faz um post sobre o presente Blimunda, entao?!