Éramos sete casais num sabático almoço solarengo. Os elementos masculinos todos pertencentes à mesma instituição pública encarregam-se de não descurar da poluição sonora da sala. Como não podia deixar de ser até pela consistência organizacional, as conversas dominantes desembocavam sempre nos mesmos assuntos. A maioria das mulheres enfastiada com o tema que as persegue como se de epiderme se tratasse, sempre que acontece um destes encontros distancia-se e acanha-se em conversas menores sobre os seus empregos e assuntos levianos e corriqueiros de menor importância face a auto-proclamada magistralidade profissional dos seus maridos. Por abominar de forma hercúlea conversas revisteiras e tertúlias cor-de-rosa é frequente ver-me toda a tarde entre os homens. Devo dizer que o que ouvi pouco ou nada acrescentou ao meu conhecimento há já muito adquirido mas quando as mesmas palavras são proferidas por pessoas detentoras de saber de ciência feito os seus significados ganham outras dimensões. Um dos assuntos largamente debatido foi "Despesa e Orçamentos Públicos”. Não é difícil entender-se de que forma se pode delapidar os cofres de um país economicamente saudável. Enquanto a administração pública integrar nos seus quadros homens e mulheres desprovidos da consciência do bem colectivo e que por ser colectivo é de cada um de nós, homens e mulheres que recusem manusear os dinheiros públicos como se manuseassem a sua própria conta bancária, enquanto existirem homens e mulheres que, por ser público ou do Estado, entendem que é para esbanjar e dividir ilicitamente por baixo do pano, este país nunca avançará. Enquanto existirem homens e mulheres que não estranhem e viabilizem obras ratificando orçamentos de 20.000,00 euros para envernizar meia dúzia de portas de madeira, este país à beira mar plantado bem pode rezar ao Deus Sol Invictus ou ao seu homólogo Hélios para que ilumine o santo turismo nacional benfeitor e salvador das muitas crises presentes e futuras que este país nunca avançará!
5 comentários:
Eu é mais bordados.
E certamente concluiram k isso so se consegue com a geraçao Y , jovem e potencial. Bom Sao Joao meninas
Tudo por culpa de uma péssima questão "organizacional".
Jasús...
Outra coisa, porque raio é que uns são "empregados" e outros são "funcionários"?!
Ainda para mais, raramente funcionam. E quando funcionam, geralmente, funcionam mal!!!
Qq atendedor de balcão deveria ser considerado funcionário público.
Jg, é impressão minha ou tens alguma questão pessoal contra a Cultura Organizacional?
Outra coisa, quem é que aqui disse, além de ti próprio, que uns são funcionários e outros são empregados? Caso não saibas, há inúmeros atendedores de balcão que são funcionários "públicos" por serem trabalhadores da chamada "função pública", outros serão "privados". Já outros não sabem sequer aquilo que são mas sabem julgar todos os restantes ainda que sem fazer a mínima das funções que aos primeiros e segundos é atribuído nem de que forma o executam.
Então, então, meninos?!?
A que se deve a altercação? Eu acabei de me formar em coisa nenhuma, talvez possa ajudar...
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